domingo, fevereiro 18, 2007
Assinado: Troglodita
Um protesto vou lavrar
Contra esta descriminação,
Nem sequer um simples pagem
Virei nesta encarnação.
Imperador talvez gostasse
De ter sido algum dia,
Uma Cleópatra amasse
E Roma não incendiaria.
Até talvez o Italiano
Fosse mais simples agora,
Sem essa do "vadiamo"
"Vadiamo" daqui p'ra fora.
Ser Nero de faz de conta
Seria uma coisa bonita.
Agora, troglodita de monta,
Ó Dulce, não é catita.
Flintstone de ombros caídos
Mas que pose tão atróz,
Se alguma coisa se salva
É o tigre de ar feróz.
Obrigado, cara Amiga,
Por me ter mudado o fado,
Vou em busca de comida
Lá p'ros montes do outro lado.
Publicado por: António Gil
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6 comentários:
O Fred Flintstone
Tem um ar desconsolado
Sofre de grave depressão
Vai viver para outro lado
Aquilo ali não é vida
Não lhe interessam as cavernas
Tem os ombros descaídos
Não se aguenta nas pernas
Fred não "mata nem esfola"
As lutas dão-lhe agonias
Sua alma está mais virada
Para as novas tecnologias
Ser da Idade da Pedra
Só lhe causa aflição
Sonha de noite e de dia
Com a civilização
D. Wilma Flintstone
Perante tamanha dor
Levou-o para a cidade
Comprou-lhe um computador
Será poeta e cantor
Não andará mais suspirando
A Alegria vai voltar
Teclando teclando!
Na verdade não sei,
se ficava bem de Imperador!
de troglodita adorei,
pois ficou um primor!
Porém, uma promessa farei
de o vestir de Imperador!
ou outra personagem... não sei!
que tiver no computador.
Mas Gil, meu amigo
diga lá se não gostou?
até a Carolina falou comigo
e disse-me que adorou!
Mas que geitoso está o nosso amigo
Gil! Isto é mesmo vida do homem da caserna !!!
Aqui no vale respirando à sombra
Passo cantando a mocidade inteira
Escuto no arvoredo os passarinhos
E durmo venturoso em minha esteira
Respiro o vento,e vivo de perfumes
no murmúrio das folhas da mangueira
Nas noites de luar aqui descanso
E a lua enche-me de vida na minha esteira.
Poema de ÁLVARES DE aZEVEDO
Se versejar é sina nossa
Eu letras tantas juntei,
Para que com elas possa
Dizer-lhe que: ADOREI!
Obrigado, minha Amiga,
Por troglodita me ter feito,
Não preciso de usar camisa
Nem trazer gravata ao peito.
E a moca vou usar
Na cabeça de certa gente;
Ando mesmo a treinar
Para ser eficiente.
Por isso, cara Rainha,
Deixe-me ficar como estou;
Desculpe qualquer coisinha
Qu'eu daqui p'ra fora vou!
Naqueles montes distantes
Que avistar daqui se podem,
Entre tantos habitantes
Vou procurar uma jovem.
Uma Eva com um Adão
Vários filhos podem ter,
E tal como um vulcão
Faremos o mundo crescer.
Depois veremos como é
Que tratarão este mundo,
Se com tratos de polé
O arrastarão mesmo p’ro fundo.
Se p’ro fundo o arrastarem
Apesar de todo o saber,
Os humanos que restarem
Trogloditas voltam a ser.
Por isso não vale a pena
Ver meu estado mudado,
Imperador ou Messena…
Não, não quero, obrigado!
Este Fred está imparável.
O homem já só fala "rimando"!...
E era o tal que ñ versejava!
Temos que começar a imprimir estas obras de arte!
Acho que é uma boa ideia.
Cuidado com a moca!
Fujam que se ele arranja força para levantar os braços é mocada de ferver!
Mas não é que o Gil virou um grande poeta?
Digam lá se o gil, não tem jeitinho?
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