quinta-feira, fevereiro 08, 2007

A ABÓBORA


Era uma vez uma abóbora que tinha perdido o acento, deixara de ser esdrúxula e assim ninguém a reconhecia.
Um dia...
Como ela sabia que não ia ser reconhecida, vestiu o seu fato amarelo domingueiro e, muito sorrateira, apresentou-se no Canto das Letras.
Quando entrei na sala nem reparei na abóbora. O meu olhar fixou-se de imediato numa cestinha de tangerinas bem amarelinhas.
Toda a gente trajada a rigor, ramos de cheiros nas lapelas, raminhos esses que iam retirando de uma outra cesta que a Margarida levara.
De súbito, mesmo à minha frente ao canto da sala... lá estava ela, a "ABOBORA", bem anafada, direi mesmo, pesada e redonda, tristíssima, porque no caminho tinha perdido o seu acento e deixara de ser esdrúxula...
- Quero lá saber do acento.
Grave, não é.
Preocupam-me mais as dores nas cruzes; tão agudas... será do assento que me arranjaram naquele canto das letras?
Para além de ser rijo o assento, não me deram qualquer companhia. Fiquei para ali sozinha, num canto, a arfar, a arfar, com muita falta de ar. E como se não bastasse, no fim da sessão ainda me encostaram uma faca às goelas!... Oh, meu Deus, como me assustei e o que sofri, pensando que era chegada a minha hora. Fui salva "in extremis" só porque aqueles malvados não encontraram logo um facalhão afiado e porque, de repente, soou uma música celestial. Não fora a música e certamente a vida teria perdido. Obrigado, Pereirinha, mil vezes obrigado. Para ti, quando morrer, guardado estará o melhor bocado.
E por falar em abóbora... onde paira o meu "quinhão"? Como farei a sopa?
(Texto da : Carolina, Teresinha, Céu e Gil)

10 comentários:

Carolina disse...

Desculpem lá se me vou mostrar agressiva, mas uma maneira de partir a ABÓBORA, com assento ou sem acento, é atirá-la ao chão.
Juro! Já vi fazer isso.
Depois já é mais fácil dar a facada e pô-la esquartejada. Depois panela com ela!
Convém tirar a casca antes de meter na panela.
Mas, deixa-me lá dar os parabéns ao Gonçalves, por tão belo exemplar da sua horta!

Anónimo disse...

NÃO CONCORDO!!! NÃO CONCORDO!!! DISCORDO EM ABSOLUTO!!!
Coitadinha da abóbora. Carolina, como podes dizer uma coisa destas depois de teres lido sobre o que a pobrezinha sofreu no Canto das Letras? Óh... mulher sem sentimentos, mete antes coentros na sopa e deixa a abobora (coitada, até já nem acento tem!)em PAZ. E se a querem mesmo matar, então não a façam sofrer, com esse exercício execrável de a atirar ao chão para a partir em mil bocadinhos. Despedaçado está o meu coração, só de imaginar tão cruel e desnecessária maldade. Deem-lhe antes uma anestesia, por favorrrrr.
E para mim guardem-me um sonho de abóbora docinho, que acho que mereço!

Anónimo disse...

Sonhos de abóbora,sopa de abóbora,feijão com ela,grão com ela,doce da mesma,pevide da cuja...
deitada ao chão,goelas abertas...
Oh querida,pede ao Gonçalves que te leve de volta ao teu cantinho...
e morre em paz,quando fores velhinha.
céu do ó

Anónimo disse...

Destino de ABÓBORA é ser deglutida!
Deixem-se de ;(( sentimentalismos "aboborais". Vocês são "demais"! (Foi só para rimar).

Anónimo disse...

Está demais, o texto sobre a abóbora, muito engraçado. com muita imaginação!
Sopa de abóbora, também gosto! mas essa, pelo que sofreu...não merece acabar numa panela de sopa!
Coitadinha da abóborinha!
Carolinha não sejas mázinha!
Bjs

Anónimo disse...

Mas que corações tão bondooooosos!
ABAIIIIIXO COM EEEEELA!
PANEEEELA!...

Jelicopedres disse...

Ó Carolina,não é nada disso!
A única abóbora que se deita ao chão,é a Gila, porque não se lhe pode tocar com faca,com alto risco de estragar o doce.
Essa aí, é outra história.
Tem mesmo de ser partida com
(uma faquinha), de contrário o seu tamanho será a sua melhor defesa.
Para quando a (matança?) eu vou lá!
Já tenho a receita,que divulgarei oportunamente. Mais vale participar numa bela e aromática sopinha,que ficar por ali até (morrer) a um canto!
Registada que está através de fotografia de corpo inteiro, para que conste que não é só no Entroncamento,que aparecem tais fenómenos, mas também em :
Vila Nova de Santo André, mais própriamente na horta do Sr.Gonçalves.
Aguardo veredicto.

Anónimo disse...

Gostei muito desse conto da abóbora só vocês para fazer isso um grande beijo para ti Teresinha, Carolina e Céu do O.

Anónimo disse...

Esqueci-me do Gil desculpa lá

Anónimo disse...

Estava pronto a protestar!
Não estava nada.