sábado, fevereiro 17, 2007

Fiama Hasse Paes Brandão



EM FLORENÇA, COM FIAMA (1986)

Era em Florença, num verão sem usura.
A cidade, que nós víamos de San Miniato,
desfazia-se em luz.
Nos labirintos do Jardim Boboli,
tu e um melro rente à relva
cantavam um para o outro.
Não sei qual das vozes era mais pura,
se a do fio de água que subia
no canto do melro, ou mais frágil
e rente ao chão, a tua.

(Não sei quem foi Fiama, mas de certo foi alguém muito especial que mereceu de Eugénio de Andrade este bele poema_Jornal de Letras nº948-)

Publicou carolina

3 comentários:

Jelicopedres disse...

Fiama,nasceu em 1938.
Foi Poetisa,Dramaturga,Ensaista.
(-Vinha há semanas atrás um grande artigo sobre ela no Expresso.)

Epístula para Dédalo

Porque deste ao teu filho asas de plumagem e cera.
Se o sol todo-poderoso no alto as desfaria?
Não me ouviu, de tão longe pensei que disse:
Todos os filhos são Ícaros que
Vão morrer no mar.
Depois regressam, pródigos, ao amor entre o sangue dos que eram e dos que são agora, filhos dos filhos.
Fiama Hasse Pais de Brandão, in Epístulas e Memorandos

(é lindo este! Eu gosto muito.)

Carolina disse...

Pois é!
Eu o que li foi no Jornal de Letras, mas nunca tinha ouvido falar em tal pessoa.
Obrigada pelos esclarecimentos e poema!
Sempre atenta e interessada a nossa Teresinha!

Anónimo disse...

Fiama foi.. é... e será, sempre, uma grande poetisa portuguesa; a ler!