sexta-feira, fevereiro 29, 2008

O Homem da Viola!


Fazes de tudo um pouco
Reges a Tuna, vais á caça e aos cogumelos
Aprendes Italiano, Inglês
Num tal rodopio tocas viola e ainda
Consegues ir ao Jogo e Imagem
Imagina se o dia tivesse 48 horas?
Só mesmo te desencanta
Como a Tuna anda indisciplinada
Ora, dá uma de Maestro sisudo, meu!

Publicou a Isabelinha

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

A triste situação do Tareco!



Era uma noite de verdadeira invernia.
Frio e vento muito forte de norte, gélido e cortante, uivando entre os ramos das árvores há muito despidas de folhas.
Manel do Chaparral teme que o vento lhe roube as telhas da sua casinha ou das arrecadações onde tem tudo o que lhe faz falta para governo da sua vida. Sendo de construção mais frágil de certeza que a arrecadação do macho, corre maior perigo e o animal deve sentir-se bastante agitado com esta medonha noite.
Com seus olhos azuis, percorre o seu habitual espaço onde a rudimentar mobília é abraçada pelas sombras criadas pela fraca iluminação do candeeiro a petróleo. Tenta não mostrar o medo que tem, mas percebe que a sua companheira Florinda Candeias está, também ela assustada, encolhida debaixo das mantas alentejanas, poucas para o frio que tem. Manel do chaparral não está só assustado com as más condições do tempo, está também com uns barulhos estranhos não identificados que ouve para o lado da porta da casa. Será que são ladrões?! Nem quer pensar nessa perigosa possibilidade. Olha a espingarda e sabe que tem que tomar uma decisão rápida, antes que seja muito tarde. O barulho continua próximo da porta. O que será?!
Pergunta novamente a si próprio. Ladrões?! Mas porque não investem de uma vez?! Próximo da porta respira fundo, Florinda abre a porta de repente e Manel dispara a borralheira no vazio da noite. Só se ouve o vento forte correndo na noite fria e escura. Manel do Chaparral cauteloso depois de lançar um olhar em redor dá um passo para a rua. Nisto os seus pés tropeçam em algo fofo e então identifica o ruído que lhe chegara aos ouvidos. Com um sorriso tenta livrar o Tareco da sua triste situação.
- Guloso, então enfiaste a cabeça na panela de barro e andas com ela a bater nas paredes para me assustares? - diz já mais calmo, rendido ao carinho que tem ao bichano.
Florinda ri-se do medo que sentiu e pensa que se não se apressam ainda ficam com a panela partida, o que lhes dava um grande desgoverno.
Texto da Zília

terça-feira, fevereiro 26, 2008

La vendetta!

Cuidado, Candeeiro!

Carro conduzido consócia Carolina
capaz chocar contigo com confrangedora comovedora crueldade,
causando catastróficas contusões comprido corpo cimento
conducentes célere corrida clínica cimenteira
colmatar certas chagas causadas contacto carro convém curar cicatrizar,
certamente causadas condução contrariando criminosamente código circulação com completo,
cabal, culposo cariz contraventivo.
Cuida-te, candeeiro!!...
Cautela, cuidado com “cabedal” !!...
Cautela com celerado “Clio” !!!...
Cautela com condutora Carolina !!!...
La vendetta (a vingança)
Publicou, o construtor de garagens...

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Era uma vez...

Era uma vez, um Professor que passava o dia a preparar as suas aulas de italiano.
Até que um dia resolveu ir a um bailarico.
Dançou...dançou...dançou..."que se fartou"!...
Nem "uma"escapou"...
Rodopiava que nem "uma pioga"!
Vendiam-se rifas e ele resolveu comprar uma.
Então não é que lhe saíu uma linda toalha???
....
Ele entrou
e encantou-se
com aquele pessoal.
Não esteve com mais delongas,
pensando no seu futuro
começou o enxoval.
...
E de toalha bordada
agora se pavoneia,
talvez que alguma "Carocha"
vá cair naquela teia!...
....
E grita da sua janela:
- Casem com o "Carochinho"!
Lui parla italiano
e tem toalha de renda
bordada com um
raminho!
...
E diz-se na vizinhança
que se formou
debaixo da sua janela
uma
lon
ga
f
i
i
i
l
a!....
Publicou a (?) não digo. Tenho medo das "represálias"...

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

COIMBRA MINHA CIDADE






Foi ontem, 19 de Fevereiro, na Biblioteca Municipal de Santo André. A Catarina Figueiredo mostrou-nos ao pormenor a "sua " cidade de Coimbra. E em todos deixou a vontade de a ir (re)visitar. Mais um "CANTO DAS LETRAS" que vai perdurar nas nossas memórias.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Canto das Letras recheado...



Hoje o Gil trouxe-nos o Padre António Vieira para recordarmos a sua Biografia e os seus Sermões, o grupo deu algumas achegas e gerou-se um debate interessante sobre o Sermão aos Peixes, o Sermão das Tentações, a situação política e social da época e a influência de Vieira nos acontecimentos.
O Mário Montes leu, a propósito da crítica social na época, uma carta de Girolamo Aleandro, Reitor da Universidade de Paris, no Séc. XVI. No final divulgou o Poema "Impossível" do Livro de Cesário Verde.
O Pereira recordou a condenação de El Greco, pela Inquisição em virtude do vermelho do manto de Cristo, pintado por ele nessa época.
Recordamos redondilhas de Camões,( A Cativa), pela voz de João Carvalho.
S. Valentim e o dia dos namorados surgiu na leitura, por Laura Miranda, de um texto sobre as raízes desta celebração.
A Carolina sugeriu a leitura de duas obras "Cão como nós" de Manuel Alegre e "Desconhecido nesta morada" de Katherine Kressmann Taylor.
Finalmente pudemos ouvir dois poemas inéditos. "Estradas Infinitas" de António Gonçalves e um poema da autoria da Juca.
E divertimo-nos com dois "raps" da inspiração do João Henriques, "Fogos de Santo André" e "Os 17 Magníficos".
Foi uma sessão rica e participada.
Publicado pr Laura Miranda

sábado, fevereiro 09, 2008

O FIM DA VIAGEM À NEVE





De Hendaye para Irun
Éramos dezasseis mais um
Os dezassete magníficos
Do Sud Expresso
Cujo valor não tem preço
Cujo valor não tem preço
Vindos lá dos Pirinéus
Deslumbrados com os céus
E com a Branca de Neve
Retornaremos em breve
Retornaremos em breve
Apanhámos o comboio
Numa grande correria
Ainda no mesmo dia
Ainda no mesmo dia
E quase ninguém ficou triste
Por não ir a Biarritz
Cantámos as nossas canções
Alegrando os corações
E dormimos com os tampões
Enroscados nos ouvidos
P’ra não ouvir os ruídos
Acordámos já na Beira
Numa grande tremideira
Pouca-terra, pouca-terra
Pouca-terra p’ra Lisboa
Pouca-terra, pouca-terra
Pouca-terra p’ra Lisboa
Estamos todos na boa
Estamos todos na boa
Estamos todos na boa
Estamos todos na boa

João Henriques

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

No Sud Express, em Audressein, Foix e Andorra, na neve e em Lourdes...

Na carruagem restauranteAlmoço em L'Auberge d'Audressein
Com o Chateau de Foix ao fundo
Em Andorra, Santuário de Meritxell
Estância de neve El Tarter Santuário de Nª Sra de Lourdes

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Manhã de Carnaval de autoria de Luis Bonfá e António Maria


Manhã de Carnaval

Manhã, tão bonita manhã
Na vida, uma nova canção
Cantando só teus olhos
Teu riso, tuas mãos
Pois há de haver um dia
Em que virás
Das cordas do meu violão
Que só teu amor procurou
Vem uma voz
Falar dos beijos perdidos
Nos lábios teus
Canta o meu coração
Alegria voltou
Tão feliz a manhã
Deste amor

Publicado por Aparecida

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Uma cobra no sapato...

Enquanto calça as meias de cordanito, ti Maria da Serradinha vai pensando no que tem que comprar para a sua filharada. Para os moços já sabe que tem mesmo que comprar o cotim oficial para um par de calças para cada um. As camisas ainda tem atamanco com os habituais remendos e com um colarinho novo, ficam boas por mais algum tempo. A Maria tem preciso de alguns novelos de linha para fazer a renda do seu enxoval e as meias domingueiras. A Tóina precisa dum lenço para a cabeça. Se o ti Zei do Otêro tivesse por lá uma lãzinha cardada até podia ser que comprasse um corte para as saias das moças. O dinheiro da venda do milho tem que ser muito bem orientado para chegar para tanta precisão.
Da rua chega a lenga lenga habitual do seu Zei Maria a bruchar o macho. Já sabe que tem que se apressar, o seu homem não gosta de esperar, o tempo é sempre pouco para os muitos afazeres que tem a seu cargo. Olha os sapatos, já gastos que estão debaixo da cadeira e pensa que precisava de passar pelo Zei Nesga para mandar fazer uns sapatos, mas para não serem tão pesados não os queria cardados.
Foi ao calçar-se que tudo aconteceu, só não morreu de susto porque não calhou. Ao enfiar o pé no sapato encontrou algo que não dava espaço para o seu pé; intrigada espreita o que poderia estar lá dentro. Os seus olhos cansados pousam no seu grande inimigo. Uma longa cobra que sentindo-se incomodada se encrespou e soprou o seu aborrecimento contra aquela desnorteada e incrédula mulher. Aos seus gritos todos acodem. Com a ajuda do ferrolho e muita sabedoria conseguem dominar a assanhada e perigosa intrusa.
Meias de cordanito – opacas e margeadas, feitas de algodão muito fino.
Cotim oficial – tecido fino e acinzentado, próprio para calças usadas muito bem vincadas.
Atamanco – arranjo
Lã cardada – lã muito fina e levemente felpuda
Bruchar – atrelar o carro no macho
Ferrolho – termo para espingarda

Publicou a Zília