Quando nós vamos ambos, de mãos dadas,
Colher nos vales lírios e boninas,
E galgamos dum fôlego as colinas
Dos rocios da noite inda orvalhadas.
Ou, vendo o mar, das ermas cumeadas,
Contemplamos as nuvens vespertinas,
Que parecem fantásticas ruínas
Ao longe, no horizonte, amontoadas.
Quantas vezes, de súbito, emudeces!
Não sei que a luz no teu olhar flutua;
Sinto tremer-te a mão, e empalideces...
O vento e o mar murmuram orações,
E a poesia das cousas se insinua
Lenta e amorosa em nossos corações.
Antero de Quental
publicado por Maria Dulce Duarte
terça-feira, janeiro 30, 2007
Idílio
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4 comentários:
Bonitoooo!
Quental, um romântico :)
"Lenta e amorosa em nossos corações"... ai...ai
Um poema muito bonito escrito por um grande poeta!...espero ver mais poemas dele publicados!
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