terça-feira, janeiro 09, 2007

E que tal, Camilo Pessanha?...







Floriram por engano as rosas bravas
No Inverno: veio o vento desfolhá-las...
Em que cismas, meu bem? Porque me calas,
As vozes com que há pouco me enganavas?

Castelos doidos! Tão cedo caístes!...
Onde vamos, alheio o pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento
Perscrutaram nos meus, como vão tristes!

E sobre nós cai nupcial a neve,
Surda, em triunfo, pétalas, de leve
Juncando o chão, na acrópole de gelos...

Em redor do teu vulto é como um véu!
Quem as esparze - quanta flor! - do céu,
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?

(Camilo Pessanha, falando do tempo, talvez...)

Publicou carolina

4 comentários:

Anónimo disse...

Será?

Anónimo disse...

Será?

Anónimo disse...

Quantos poetas, desta nossa língua mãe, nos tocam, nos emocionam porque tão bem sabem "bordar" com palavras belíssimos tesouros?

Carolina disse...

Será o quê, "moços"??
A nossa Lena dirá:Será que o meu comentário segue??
O nosso Gil dirá:Será que as mulheres têm por vezes olhos tristes?
A nossa Laura dirá: Porque será que os poetas nos emocionam?
E eu direi, como dizia a canção: Que será, será? Poeta ou Pintor, será?...etc(ñ lembro o resto, mt em voga quando nós éramos moços)