segunda-feira, dezembro 25, 2006

Boas Festas


Há quem tenha marcado duas faltas a este Natal de 2006.
Afortunadamente entrámos nesta quadra, uff, sem Balcãs, tsunamis e outras tragédias lá de fora, o que acaba por banalizar os nossos pequenos confortos domésticos feitos de muita televisão, algum vinho e pão com chouriço.
A segunda falha tem marca de azedume. Com o eternizar da crise, os problemas são tantos que não chega a haver nenhum a que chamemos principal. Dizia Truffaut: "quando não se gosta da vida, vai-se ao cinema". A sala escura e os dias pouco claros colocam o indivíduo rodeado de fantasmas, nos limites da solidão.
E o Natal é, também ele, um fantasma a mais.
Na febre consumista, criámos a ilusão de ter uma vida porreira: ganhamos pouco mas gastamos e rimos imenso.
O Natal é pois, o sinal de partida para um sítio mágico onde nunca chegaremos, pela principal razão de estar escondido algures, num lugar recôndito da nossa infância sonhadora.
Ilídio Ribeiro

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois...