segunda-feira, dezembro 11, 2006

Clarisse!


Clarisse era uma menina linda, loura e com os olhos mais cor de mar, que eu já vi.
Era minha aluna na escola das Palmeiras (S. Torpes).
Vivia numa cabana pendurada na falésia.
Contava-me sempre os pequenos/grandes dramas da sua família, vivendo da magra "colheita" de uma pesca feita à cana ou num pequeno bote, quando as marés permitiam.
Naquele dia, ela trazia uma mão ferida e contou-me uma história especial.
Encontrara uma gaivota ferida na praia e resolvera alimentá-la para que não morresse de fome.
E por mais bicadas que a ave (esfomeada e assustada) lhe desse, ela não desistia.
Depois, prendia uma corda na pata de gaivota e tomavam banho as duas, nas ondas da sua prainha.
Fiz este poema para a minha Clarisse.
Quando lhe li o poema ela abriu muito os olhos, não disse nada e saiu correndo pelos campos.
Quando voltou trazia na mão um presente.
Um viçoso e perfumado molhinho de coentros de um verde quase tão bonito como os olhos dela!
O meu Amigo Jorge Ganhão musicou a letra deste poema e gravou-a num disco.
O meu Amigo Gil deu- lhe voz, hoje, aqui no nosso blog.
E é por estas e por outras que eu amo os meus Amigos e nunca vou esquecer a Clarisse!


Publicado por Carolina

7 comentários:

Anónimo disse...

Gostei imenso de ler o poema que dedicas-tes á tua aluna (Clarisse) e a música está muito bem feita!!!
Uma bonita história, mas que foi uma realidade !!!

Anónimo disse...

Já conhecia a história mas é sempre comovente imaginar os olhos da Clarisse.

Anónimo disse...

Olá, Amiga.
O mérito é apenas teu e do Jorge Ganhão, eu não conto para nada.
Sabia que ias gostar de ouvir, por isso a coloquei, mas também porque pessoalmente a acho linda, quer a letra quer a música, e a voz do Jorge serve muitíssimo bem a ambas.
E tenho muito orgulho em ter como Amiga alguém que sabe contar tão bem estes episódios da vida real, como este da Clarisse.
Ocorreu-me agora que este pequeno episódio daria uma "curta" linda. Acho que o difícil mesmo era arranjar uma gaivota que se prestasse ao papel! Quem fizesse de Clarisse não seria difícil de encontrar. Mas quem sabe, talvez alguém tenha uma ideia para contornar o problema e possamos um dia colocar em imagens o que agora está apenas em audio!
Um grande abraço,

Anónimo disse...

E na tua recordação, claro!...

Jelicopedres disse...

Já percebi Carolina!
Foi por causa do "molhinho de coentros".Um dia até levaste para o Canto das Letras uns pezinhos de coentros para cada um de nós. Foi uma coisa...fora do comum! Só podia ter vindo da tua parte...
E foi lindo. Aliás, essa passagem da tua vida merecia mesmo uma
Curta Metragem,porque não?!...
Quero VER! Teresinha

Carolina disse...

Vamos pensar nisso, então!
Seria possível???
Vamos pôr essa ideia no ar(esvoaçando um pouco), depois pousá-la e quiçá,pô-la em prática.
E obrigada, foi uma grande surpresa!

Anónimo disse...

Teresinha. também tenho as minhas receitas... menos doces do que as tuas, mas com cheirinhos do campo!