A casa da minha tia Guilhermina era encostadinha à minha, a chaminé única, servia as duas cozinhas. Lembro-me muito bem que a minha chaminé tinha um buraco grande e por ele passavam as conversas, o soar das badaladas do relógio de cuco, o som dos tachos e panelas da casa da tia... parecia que vivíamos todos numa só casa.
Nos dias que antecedia o Natal, a minha mãe, o meu pai e eu, assentávamos arraiais em casa dos tios; a azáfama era grande; amassava-se e tendia-se pastéis e fritos; embebedava-se o peru, lá no quintal, para depois acabar tostadinho no forno grande; escamava-se o bacalhau depois de demolhado; lavavam-se as couves; descascavam-se batatas doces e brancas; tirava-se o vinho da pipa.
Vivia-se o Natal em família e cheio de alegria!
Eu, ainda pequena, sonhava com a noite de natal...os presentes no sapatinho...o Menino Jesus...ai e as maldades descontadas nos presentes...que preocupação!
Naquela noite não dormia.Todos os sons que ouvia, imaginava as prendas a caír do céu para os meus sapatinhos... e ouvia mesmo!
No dia seguinte, logo pela manhã, corria ... e lá estavam eles. Uma caixinha de lápis de cores, panelinhas, pratinhos...uma blusa de lã angorá e cor amarela, uma saia pregueada azul escura...e muitos, muitos FLOCOS, espalhados pela chaminé e por toda a cozinha.
Flocos, não de neve branquinha, mas flocos de fuligem muito negra, que sujavam as mãos, os cabelos, os olhos, o rosto...
Foi o Natal mais escuro da minha vida, mas a verdade, verdadinha é que os presentes vieram mesmo pelo buraco da chaminé...
Nos dias que antecedia o Natal, a minha mãe, o meu pai e eu, assentávamos arraiais em casa dos tios; a azáfama era grande; amassava-se e tendia-se pastéis e fritos; embebedava-se o peru, lá no quintal, para depois acabar tostadinho no forno grande; escamava-se o bacalhau depois de demolhado; lavavam-se as couves; descascavam-se batatas doces e brancas; tirava-se o vinho da pipa.
Vivia-se o Natal em família e cheio de alegria!
Eu, ainda pequena, sonhava com a noite de natal...os presentes no sapatinho...o Menino Jesus...ai e as maldades descontadas nos presentes...que preocupação!
Naquela noite não dormia.Todos os sons que ouvia, imaginava as prendas a caír do céu para os meus sapatinhos... e ouvia mesmo!
No dia seguinte, logo pela manhã, corria ... e lá estavam eles. Uma caixinha de lápis de cores, panelinhas, pratinhos...uma blusa de lã angorá e cor amarela, uma saia pregueada azul escura...e muitos, muitos FLOCOS, espalhados pela chaminé e por toda a cozinha.
Flocos, não de neve branquinha, mas flocos de fuligem muito negra, que sujavam as mãos, os cabelos, os olhos, o rosto...
Foi o Natal mais escuro da minha vida, mas a verdade, verdadinha é que os presentes vieram mesmo pelo buraco da chaminé...
Publicou a Céu L. Paulo
4 comentários:
E tenho a certeza que até o Menino Jesus(da nossa infância) ficou todo "enfarruscadinho"!
;))
O teu Pai Natal não fazia as coisas de qualquer maneira...vinha mesmo pela chaminé com uma nuvem de fuligem atrás :))
Seria algum ajudante do Pai Natal que não tinha tanta experiência (a enviar as prendinhas) e caíu pela chaminé abaixo?? :)
Parece que estou a ver Céu...
Tudo para o banho, incluindo as prendinhas!!!
E risadas, mais que muitas!
São estes episódios que não nos deixam esquecer a magia...
beijinho
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