sábado, maio 19, 2007

Dádiva da Natureza!



Tenho um segredo para vos contar!...
Encontrei um ninho! Lindo, de pintassilgo!
Em Abril, andava eu como sempre nos meus afazeres, quando me apercebi de um casal de pintassilgos, chilreando e saltitando de ramo em ramo de um frondoso e bonito cedro. Disfarcei a minha curiosidade, mas continuei a prestar muita atenção a estes meus amigos, pequeninos e de roupagem muito vistosa. Os dias passavam e eles continuavam incansáveis na procura de um raminho certo para a construção do seu ninho. Até que, tive a sorte de ver uma cena digna de registo e respeito. Os meus amiguinhos, finalmente encontram o que tanto procuraram. Com muita ternura, juntaram-se muito unidos, beijaram-se com toda a delicadeza e amaram-se com toda a entrega e fervor, como no amor deslumbrante e sentido. A seguir a este elo de união, partiram para a construção do abrigo para os seus desejados filhos. Trabalham todos os dias com determinação e muito afinco, sem no entanto deixar de namorar com toda a ternura e dedicação, mostrando abertamente a sua monogamia, somente interrompida se a tragédia da morte arrebatar um dos elementos de casal formado.
Com a devida distância, vejo-os todos os dias, no seu território, defendido pelo macho de face vermelha e cabeça preta e branca, entoando o seu chamamento característico de um “tiche-litt”, trissilábico, enquanto ela está sossegadamente chocando os seus quatro ovinhos, mas muito atenta a todos os movimentos, que possam pôr em risco o seu precioso ninho.
Os dias passam e mais uma vez apercebo-me que há alterações na sua rotina. Pois é! Com todo o cuidado espreito o encantador ninho, e o que vejo? Quatro cabecinhas cobertas de penugem, muito aconchegadinhos a dormitar, esperando pela chegada de seus pais, que andam numa grande azáfama na procura de comida para aqueles quatro lindos filhotes, que um dia, depois de saírem do ninho, encontrarei neste recinto, onde, felizmente eles irão ficar.
Para mim tudo isto é magia, encanto e muita Felicidade. Gosto de ver e sentir o que é o grande e verdadeiro esplendor da vida. Está muitas vezes na nossa frente, no entanto, os nossos olhos muitas vezes nada vêem.
São dádivas da natureza, estes pequenos espantos, puros e naturais.
....
(Texto da Zília)

9 comentários:

Anónimo disse...

Olá Zilia.
Claro, que só uma pessoa simples ,sensível e atrevo-me, a escrever com um"tal" jeito especial com as palavras ,nos poderia presentear nesta manhã de Domingo tão enevoado com tão bonito texto .Sim são "pequenas" grandes dádivas, tbm para mim,tal como a semana do teatro foi uma dádiva tbm,( eu bem te vi)ontem fiquei deslumbrada ,extaseada ,"puro extase"...bom que estas e outras dádivas te iluminem sempre quando o teu quatodiano se torna pardacento... bom Domingo para todos
silvana ramos sapage

Carolina disse...

Como tudo seria diferente se TODOS respeitassem a Natureza e as suas pequenas/grandes Maravilhas!

lami disse...

Felizes aqueles a quem estas dádivas não escapam!

Jelicopedres disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jelicopedres disse...

Muito enternecedor este teu texto Zília!
Afinal sempre tens um tempinho para dedicares ao que se vai passando à tua volta...
Basta abrirmos os olhos para a Natureza.
"Ela", está aì mesmo à nossa frente!

Anónimo disse...

Lindo texto Zília, a tua paciência escreves muito bem gostei de ler, um grande beijinho:)

Anónimo disse...

GOSTO DAS VOSSAS POESIAS

Anónimo disse...

Felizmente, encontro muitas dádivas, porque estou sempre atenta a pequenos permenores que se passam à minha volta. Também tenho a sorte de conviver com os meus amigos da Natureza e os das ASAS.
Obrigado a todos

Anónimo disse...

Olha a Elena sem H?!
Que bom saber que anda por aqui, e muito obrigado por gostar dos meus escritos.Amanhã logo falamos.Beijos