quinta-feira, fevereiro 28, 2008

A triste situação do Tareco!



Era uma noite de verdadeira invernia.
Frio e vento muito forte de norte, gélido e cortante, uivando entre os ramos das árvores há muito despidas de folhas.
Manel do Chaparral teme que o vento lhe roube as telhas da sua casinha ou das arrecadações onde tem tudo o que lhe faz falta para governo da sua vida. Sendo de construção mais frágil de certeza que a arrecadação do macho, corre maior perigo e o animal deve sentir-se bastante agitado com esta medonha noite.
Com seus olhos azuis, percorre o seu habitual espaço onde a rudimentar mobília é abraçada pelas sombras criadas pela fraca iluminação do candeeiro a petróleo. Tenta não mostrar o medo que tem, mas percebe que a sua companheira Florinda Candeias está, também ela assustada, encolhida debaixo das mantas alentejanas, poucas para o frio que tem. Manel do chaparral não está só assustado com as más condições do tempo, está também com uns barulhos estranhos não identificados que ouve para o lado da porta da casa. Será que são ladrões?! Nem quer pensar nessa perigosa possibilidade. Olha a espingarda e sabe que tem que tomar uma decisão rápida, antes que seja muito tarde. O barulho continua próximo da porta. O que será?!
Pergunta novamente a si próprio. Ladrões?! Mas porque não investem de uma vez?! Próximo da porta respira fundo, Florinda abre a porta de repente e Manel dispara a borralheira no vazio da noite. Só se ouve o vento forte correndo na noite fria e escura. Manel do Chaparral cauteloso depois de lançar um olhar em redor dá um passo para a rua. Nisto os seus pés tropeçam em algo fofo e então identifica o ruído que lhe chegara aos ouvidos. Com um sorriso tenta livrar o Tareco da sua triste situação.
- Guloso, então enfiaste a cabeça na panela de barro e andas com ela a bater nas paredes para me assustares? - diz já mais calmo, rendido ao carinho que tem ao bichano.
Florinda ri-se do medo que sentiu e pensa que se não se apressam ainda ficam com a panela partida, o que lhes dava um grande desgoverno.
Texto da Zília

3 comentários:

Carolina disse...

E que tal um jantarinho na panelinha de barro???
Pode ser de grão?
;)))

Unknown disse...

Olá Zilinha:
Aqui a tua priminha tb tem uma história medonha com um gato e sabes, fui eu que tive que me levantar para ir enfrentar o problema pq exactamente pensámos que eram ladrões, e o pessoal lá em casa empurravam uns para os outos e não saíam da cama, ora pois lá foi a padeira de Aljubarrota.
BJS

Unknown disse...

Olá Zilinha:
Aqui a tua priminha tb tem uma história medonha com um gato e sabes, fui eu que tive que me levantar para ir enfrentar o problema pq exactamente pensámos que eram ladrões, e o pessoal lá em casa empurravam uns para os outos e não saíam da cama, ora pois lá foi a padeira de Aljubarrota.
BJS