NATAL À BEIRA-RIO
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É o braço do abeto a bater na vidraça?
E o ponteiro pequeno a caminho da meta!
Cala-te, vento velho! É o Natal que passa,
A trazer-me da água a infância ressurrecta.
Da casa onde nasci via-se perto o rio.
Tão novos os meus Pais, tão novos no passado!
E o Menino nascia a bordo de um navio
Que ficava, no cais, à noite iluminado...
Ó noite de Natal, que travo a maresia!
Depois fui não sei quem que se perdeu na terra.
E quanto mais na terra a terra me envolvia
E quanto mais na terra fazia o norte de quem erra.
Vem tu, Poesia, vem, agora conduzir-me
À beira desse cais onde Jesus nascia...
Serei dos que afinal, errando em terra firme,
Precisam de Jesus, de Mar, ou de Poesia?
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David Mourão-Ferreira
Publicou carolina
5 comentários:
Sou das que afinal precisam de:
JESUS, de MAR, mas também de, POESIA!!!
Isso todos sabemos!!!
;)))))
Também preciso e muiiito!!!
Lena Almeida
Este poema vem até mim sempre em cada Natal. Recordo que no primeiro Natal com Canto das Letras foi este o poema que escolhi para ler.
Muito bonito este poema, todos precisamos,De Jesus, de Mar, e de Poesia, porque é muito bonita !!!
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