As aventuras da Zília com os netos!

AS NOSSAS AVENTURAS
Mesmo sabendo que tudo está em ordem, revejo novamente as nossas mochilas prontas para mais uma aventura de fim de semana. Claro que as deles estão quase vazias, na minha, lá está o

lanche, água, repelente para afastar os incómodos mosquitos e o nosso protector solar que em conjunto com os chapéus, não nos deixa dúvidas que estamos protegidos dos raios uv do sol ainda, a esta hora da tarde, bastante quente e menos benéfico para as nossas peles sensíveis.

O que também não fica no esquecimento é a máquina fotográfica, para registar tudo o que é importante nestes nossos deambulantes percursos, onde as idades se juntam, vivendo em igualdade todas as aventuras feitas de um poderoso inventivo, mas vividas como reais.

O nosso campo de acção é vasto e cheio de transformáveis cenários: Temos uma casa em ruínas que é o nosso castelo, onde é necessário defender a nossa princesa encantada das garras dos dragões, ou de qualquer outro perigo imaginário. Mais à frente temos uma grande extensão de areia, perfeita para grandes idealizações ditadas pelas nossas mentes criativas. De um barco abandonado, ancorado há muito neste areal, viajamos por mares agitados, onde podem existir golfinhos amigos ou ferozes tubarões e travamos lutas com corsários ou piratas, se a imaginação viajar para essas recriações. Também pescamos peixes de todas as cores, num rio só nosso, escondido num denso matagal, transformado em floresta, onde os lobos e todos os animais selvagens nos querem atacar, sem o conseguirem, porque entretanto já nós estamos no cimo de uma grande arvore, com a realidade de meio metro de altura. A Ofélia, nossa companheira inseparável, anda divertida e dividida, não sabe se prefere perseguir o rasto de um qualquer pássaro, ou se é mais divertido entrar nas nossas brincadeiras, só sabe que tem muito calor e para se refrescar um pouco, mostra dois palmos e meio da sua língua rosada. O cansaço é imenso mas ninguém tem pressa de regressar a casa. Para acalmar o ritmo cardíaco, dedicamo-nos a procurar carochinhas ou outros pequenos bicharocos, tentando descobrir como eles vivem neste areal de aspecto estéril, onde a comida parece não abundar.
Samuel, somente de quatro anos, é o mais tagarela, veste constantemente as personagens das suas histórias favoritas. Tão depressa é o Zorro como um valente caçador que mata o lobo mau da história do capuchinho vermelho. Nicolau é muito mais reservado, nos seus sete anos, envolve-se com verdadeira intensidade nas brincadeiras mas, gosta de saber o porquê da lagoa umas vezes ter muita água, outras, pouca. O sol está a chegar à linha do oposto, sentados na areia, dizemos-lhe adeus e partimos para casa, cansados mas muito felizes por mais um dia intenso e preenchido de muitas e boas aventuras.
Também para mim o dia foi maravilhoso e orgulho-me destes lindos meninos que por sorte são meus netos, aceitarem-me nas suas brincadeiras e aventuras.
Força rapazes, como é bom entrar neste nosso mundo de fantasia. Estamos sempre prontos para mais.

(Texto da Zília)