sábado, dezembro 09, 2006

Dia de Natal



Hoje é dia de Natal
Mas o menino Jesus
Nem sequer tem uma cama,
Dorme na palha onde o pus.

Recebi cinco brinquedos
Mais um casaco comprido.
Pobre menino Jesus,
Faz anos e está despido.

Comi bacalhau e bolos,
Peru, pinhões e pudim.
Só ele não comeu nada
Do que me deram a mim.

Os reis de longe trazem
Tesouros,incenso e mirra.
Se me dessem tais presentes,
Eu cá fazia uma birra.

Às escondidas de todos
Vou pegar-lhe pela mão
E sentá-lo no meu colo
Para ver televisão

Luisa Ducla Soares

Publicado por A.Gil

Ode à Sopa de Congro


No mar
tormentoso
do Chile
vive o rosado congro,
enguia gigante
de nevada carne.
E nas panelas
Chilenas,
na costa,
nasceu o "caldillo"
grávido e suculento,
proveitoso.
Levam para a cozinha
o congro esfolado,
e a sua manchada pele cede
como uma luva
e a descoberto fica então
a uva do mar
o congro tenro reluz já nu,
preparado
para o nosso apetite.
Agora pegas em alhos,
acaricia primeiro
esse marfim precioso
cheira a sua fragrância,
deixa o alho picado
cair com a cebola e o tomate
até que a cebola
tenha cor de ouro.
Entretanto
cozem-se ao vapor
os reais camarões marinhos
e quando estiverem a chegar
ao seu ponto.
quando se consolidar o sabor
num molho
formado pelo suco
do oceano
e pela água clara
que soltou a luz da cebola,
então
que entre o congro
e mergulhe na glória,
que na panela se aceite,
se contraia e se impregne.
Já só é necessário
deixar no manjar
cair o creme
como uma rosa espessa
e ao lume lentamente
entregar o tesouro
até que no "caldillo" se aqueçam
as essências e à mesa
cheguem recém-casados
os sabores
do mar e da terra
para que nesse prato
tu conheças o Céu.

Receita do Poeta Chileno Pablo Neruda
(prato forte para degustar antes das deliciosas sobremesas da Vina e da Carolina)
(publicado por Teresinha)

"CANTO DAS LETRAS" em 05.12.06 no Google



A.Gil

"CANTO DAS LETRAS" em 05.12.06 no DivX


(Se for solicitada a instalação de um programa, autorize, pois ele é necessário para visualizar este vídeo)
A.Gil

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Canção para fazer um bolo!


Chávena de leite
pitada de sal...
Vamos lá a ver
se o bolo sai mal.

Fugiu uma clara
do ovo que havia,
nas nuvens entrou
mesmo ao meio-dia.


Se a colher de pau
ao céu não chegar,
o açúcar em ponto
vai ter de adoçar.

O bolo no forno
bela vida tem!
Vamos lá a ver
se o bolo sai bem.

(Para fazer concorrência à Vina, aqui fica um bolo de aniversário. A receita é da Maria Alberta Menéres)

Cozinhou a Carolina

Bolo de Noiva


Ingredientes:
400 g de amor - 200 g de frescura - 200 g de defeitos - 28 g de graça - 200 g de manteiga moça - 400 g de bom génio - 400 g de generosidade - 28 g de bom humor - 1/2 litro de riso cristalino - 2 colheres de sopa de argumentos doces - 1 1/2 copo de bom senso.

Misturar o amor, a frescura e o bom génio numa casa bem mobilada, bater a manteiga num creme, misturar estes ingredientes juntos com os defeitos e a generosidade, ligar com a graça e o bom humor e os argumentos doces. Depois juntar tudo muito bem. Acrescentar o riso cristalino e o bom senso e tornar a bater. Cozer bem para todo o sempre.

Maria Helena Davidson
(Publicou Vina Gil)

Parole/Silenzio

Solamente il silenzio
oltre il gelo dei mondi
oltre il solitario passo dei vecchi
oltre il sonno dimenticato dei morti
solo il silenzio vive
Lalla Romano
Poetesse italiana
Nota explicativa: parola (singular); parole(plural)» palavras
oltre » contra; vecchi » velhos ; dimenticato » esquecimento
Publicou Carolina

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Paroles

Immense et rouge
Au- dessus du Grand Palais
Le soleil d'hiver apparaît
Et disparaît
Comme lui mon coeur va disparaître
Et tout mon sang va s'en aller
S'en aller à ta recherche
Mon amour
Ma beauté
Et te trouver
Lá où tu es.
(Paroles de Jacques Prévert)

Tristeza



Escuta a voz da Tristeza
Ouve bem o que ela diz!
Ela quer ter a certeza
Se tu já és infeliz!?...

Não lhe digas nada, então!
Não lhe contes a verdade
Ela apodera-se do coração
e só te traz infelicidade!

A armadura é o amor
que tu escondes com fervor
dentro do teu coração

terás que o libertar
e a tristeza enganar
diz a voz da razão!

Postagem de Maria Dulce V. Duarte

Adeus Oriana



Quando liguei esta manhã o computador para ver os jornais, deparei com a notícia da morte da jornalista e escritora Oriana Fallaci.
Oriana, italiana de nascimento, Florença era a sua terra natal, viveu muitos anos da sua vida nos Estados Unidos, onde o Columbia College de Chicago lhe atribuiu o doutoramento «honoris causa» em literatura e foi definida, na altura, como «um dos autores mais lidos e amados do mundo». Mas assim como foi muito amada também despertou muitos ódios, pela sua postura contra a atitude do fundamentalismo islâmico perante o Ocidente.
Oriana Fallaci nasceu em 29 de Junho de 1929, no seio de uma família muito humilde. Ainda menina, aos 14 anos, fez parte da resistência italiana durante a segunda guerra mundial. Depois da guerra, estudou medicina, escrevendo pequenos artigos para um jornal de Florença, como modo de ajudar a custear os estudos. Foi despedida, um dia, por se recusar a escrever um artigo mentiroso sobre um político e, por isso, sem o dinheiro que ganhava no jornal, nunca acabou o curso. Gabava-se de nunca na vida alguém ter conseguido obrigá-la a escrever por dinheiro. Dizia que “a escrita influencia mais que as bombas e as baionetas” e, portanto era uma questão de dignidade e moralidade.
Dedicou-se, então, a tempo inteiro ao jornalismo, trabalhou para o “Corriere della Sera”, foi correspondente de guerra, seguindo todos os conflitos desde o Vietnam ao Médio Oriente, e, ainda jovem, entrevistou nomes sonantes do mundo como Henry Kissinger, o Xá do Irão, Khomeini, Frederico Fellini, Indira Gandhi, Lech Walesa, Deng Xiaoping, Yasser Arafat, Golda Meir, Omar Khadafi, só para citar alguns, o que levou o “Los Angeles Times” a descrevê-la como “a jornalista a quem nenhuma figura no mundo diria não”.
Quando foi entrevistar Khomeini, conta que foi primeiro pedir o visto à embaixada do Irão, na Itália, e que, por levar as unhas pintadas de vermelho, a mandaram tirar o verniz, gritando, como se ela estivesse a cometer um sacrilégio. Chegada a Teerão, foi proibida de se alojar em qualquer hotel, por ser mulher. Não a aceitaram em nenhum. E para entrevistar Khomeini teve que vestir o “chador”.
Pergunto-me o que terá pensado ela quando a França impôs a abolição do lenço na cabeça às estudantes, nas escolas. É que, embora eu não simpatize particularmente com os franceses, admito que foi o único país com coragem para fazer com que os estrangeiros também respeitassem os nossos costumes ocidentais. Ela dizia que “Há momentos na vida em que calar se torna uma culpa e falar uma obrigação”.
E também mais recentemente, que terá pensado desta “teoria da conspiração”, da autoria de Dylan Avery, que desculpabiliza os terroristas dos ataques e diaboliza os americanos?
Pois ela escreveu sobre este assunto, ainda em 2001, chamando aos autores dessas teorias de cretinos e afirmando que, no dia 10 de Setembro, véspera dos ataques, na mesquita de Bolonha, foi distribuído um panfleto que anunciava «a iminência de um acontecimento excepcional». Esse panfleto foi sequestrado pela polícia italiana e imediatamente arquivado.
Ela dizia que a América era um país especial porque tinha nascido dos conceitos da liberdade e da igualdade, numa altura em que essas ideias ainda não tinham lugar no mundo. Escreveu também que uma das coisas que apreciava era, à sua chegada a Nova Iorque, vinda do estrangeiro, o guarda-fiscal do aeroporto, com um grande sorriso, dizer-lhe “welcome home”.
Uma vez, com base no seu estatuto de celebridade, ofereceram-lhe a cidadania americana, mas ela recusou dizendo que já tinha uma pátria, a Itália.
Depois retirou-se e viveu os últimos anos da sua vida em Nova Iorque, onde se encontrava quando dos ataques do 11 de Setembro. Já doente, nessa altura, com cancro tal como o Mayor Giuliani, escreveu, na sequência dos ataques, “A Raiva e o Orgulho” que vendeu mais de um milhão de exemplares só em Itália.
No livro, enfurecia-se com as manifestações de alegria de certos sectores do mundo árabe, quando as torres desabaram.
Permaneceu, até ao fim, fiel aos seus princípios e à sua pátria, onde veio a falecer hoje. Que a sua alma descanse em paz.
Maria de Portugal - 15/ 09/ 2006

(Publicado pela “Gazeta de Lagoa” no dia 22/09/2006)

quarta-feira, dezembro 06, 2006

Língua dos Versos


Língua;
língua da fala;
língua recebida lábio a lábio;
beijo ou sílaba;
clara, leve, limpa;
língua da água, da terra, da cal;
materna casa da alegria
e da mágoa
dança do sol e do sal;
língua em que escrevo;
ou antes : falo

Eugénio de Andrade

Teresinha Amoroso

O nascer e o pôr-do-sol


No infinito, as estrelas e a lua, aconchegam- se para o seu sono diário, ao mesmo tempo que no horizonte, o sol rompe, envolto nos seus lindos tons de amarelos com vários matizes de laranja e vermelhos quentes.
O nascer e o pôr- do- sol são deslumbramentos, para os quais as minhas palavras são insuficientes para os descrever.
Somente sei, que existe paz, tranquilidade e muita magia.
São duas fases do Criador que dão força e equilíbrio ao meu espírito, ainda cheio de sonhos e expectativas para um futuro, sempre indefinido...
Ao nascer do sol, gosto de erguer os meus braços ao céu e sentir-me envolta em luz e banhar- me em todas aquelas cores revigorantes e criadoras.
O pôr- do- sol é mais calmo, prefiro ficar em silêncio completo, entrar no meu interior, contemplando o seu lento, muito lento caminhar, até ficar por fim oculto na linha oposta do horizonte!...

Fotografia e texto da Zília.

terça-feira, dezembro 05, 2006

O meu Menino!



Foi com grande carinho
Que o meu filho vi nascer
Era um lindo bebézinho
Que eu fui vendo crescer

Nesse dia meu coração
Palpitava de ansiedade
Era tanta a emoção!
Era tanta a felicidade!

Ninguém pode imaginar
Que emoções eu vivi
Dei comigo a chorar
Por tanto amor que senti

Logo me veio à lembrança
Todos os sonhos que construi
E num raio de esperança
Saúde e conforto eu pedi!

Sensação única! E inigualável
Que eu fui experimentando
E no meu colo confortável
Eu o fui alimentando

Que bom sentir num abraço
Aquele corpinho indefeso
Aconchegadinho no meu regaço
A tantas emoções ficou preso

Recordo-me dele ainda pequenino
Quando pelos jardins corria
Com brincadeiras de menino
Era lindo! Então sorria!

Mas o destino quis um dia
Pregar-me uma partida
Roubou-me toda a alegria
E os sonhos de uma vida

E com o meu lindo menino
Muitas consultas percorria
Era ainda tão pequenino
E de problemas já sofria!

E embora tão diferente
O meu filho sempre amei!
E numa preocupação permanente
O meu menino eu criei!

O infantário frequentou
E à Escola Oficial foi parar
De Ensino Especial precisou
E na Cercisiago foi ficar

Foram difíceis os tempos
Mas foram recompensados
Com progressos lentos
E problemas ultrapassados

E é uma grande satisfação
Vê-lo fazer progressos
Tem seguido uma programação
E tem tido alguns sucessos!

Maria Dulce
Mãe do aluno Américo Duarte
Do Centro Educativo da Cercisiago


Postagem de Maria Dulce Duarte

segunda-feira, dezembro 04, 2006

O Casamento (no DivX)


(Se for solicitada a instalação de um programa autorize pois ele é necessário para visualizar este vídeo)
A.Gil

domingo, dezembro 03, 2006

O Casamento


Foi em 21.11.2006, na Biblioteca Municipal de Santo André, em mais uma sessão do CANTO DAS LETRAS, uma das actividades da ASAS - ACADEMIA SÉNIOR DE ARTES E SABERES DO LITORAL ALENTEJANO. E acreditem que, para quem lá esteve, foi mesmo muito divertido. Pena que as fotos sejam tão poucas!(clique na imagem para ver, no GoogleVídeo, a galeria dos excelentes e bem aperaltados "convidados").
A.Gil

Lagoa de Santo André!


Aproveitei uma aberta da chuva e fui passear pelos campos verdejantes, orlados pela lagoa transbordante de vida e sons.
Gosto de ver a vida dos seus habitantes, descobrir e identificar o rasto que os animais deixam no terreno, as brincadeiras e tudo o que eu possa analisar.
Se calhar, por eles, sou considerada uma bisbilhoteira que anda sempre a espreitar!"
(Fotografia e texto da nossa Zília Pereira)

O MELHOR PORTUGUÊS



A RTP iniciou agora um programa com a finalidade de elegermos o melhor português de todos os tempos. Pus-me a pensar em quem deveria votar. Vieram-me à memória os grandes nomes da nossa história que aprendemos a admirar nos bancos da escola. Mas depois ouvi que até poderia ser uma pessoa anónima, até um nosso vizinho que tivesse feito alguma coisa admirável. Ora eu conheço uma pessoa assim.
Ainda jovem emigrou para Angola em busca do sonho de uma vida melhor. Deixou para trás a família que se juntou a ele poucos anos depois. Trabalhou duramente durante alguns anos, no norte, mudando de terra conforme lhe ofereciam trabalho ou melhores condições de vida.
Em Março de 1961, esteve perto da matança. Só nesse dia, morreram assassinadas mais de duas mil pessoas nas fazendas e pequenas povoações. Até os próprios dirigentes da UPA (União dos Povos de Angola), ficaram atónitos com os números e a crueldade, só reivindicando o feito dias depois.
Esse homem e a família escaparam, porque não estavam no sítio errado à hora errada. Mas ainda dormiu duas noites, com a mulher e as crianças, na igreja da povoação onde moravam e onde toda a população se refugiou.
Decidiu então que tinham que sair dali. E, a coberto da noite, à boleia numa carrinha de caixa aberta, só levando a mala da roupa, partiram para Luanda.
Aí, alojados num centro de refugiados, era levantar a cabeça e começar tudo de novo. Procurou trabalho, escola para as filhas e depois casa para morarem.
Começar do zero é difícil, mas com persistência, muito trabalho e uma grande mulher a seu lado, foi reconstruindo a vida aos poucos. Custeou os cursos às filhas, mudou para uma casa um pouco melhor e começou a trabalhar por conta própria. Assim se passaram 15 anos.
A revolução de Abril aconteceu quando a vida já lhe sorria. Tinha conseguido, com as economias, alguns bens “para a velhice” como ele dizia.
Fez amigos em todo o lado, que o admiravam pela sua honestidade e pelo seu carácter.
Quando os grupos que lutavam pelo poder, MPLA, FNLA e UNITA, entraram em Luanda, começou a guerra de novo.
O primeiro neto nasceu ao som de bombas e tiros. Daí para a frente, a situação foi-se degradando. Falava-se em centenas de mortos, uns vítimas de balas perdidas e outros assassinados à queima-roupa, quando, inocentemente, circulavam pelas ruas ou estavam nas filas para comprar pão. Até que, já não havendo nada para comprar nos supermercados e na padaria, e quando a maioria dos estabelecimentos comerciais já tinha fechado, ele e o genro decidiram que era a hora de mandarem a família para Portugal.
Ele ainda ficou, esperando que, como ele tinha saldado as suas dívidas, os outros fizessem o mesmo com ele.
Mas não sucedeu assim. Vendeu então o automóvel e a carrinha de serviço para pagar os vencimentos e indemnizações aos empregados e foi para o aeroporto.
Chegou a Portugal com a mala da roupa e cinco contos no bolso que foi o que conseguiu trazer.
Nesta fase da sua vida, já era difícil arranjar emprego, pois já tinha mais de cinquenta anos e foi rotulado de “retornado”, coisa feia na altura. Mesmo assim, lá foi arranjando um trabalho aqui, outro acolá, até que a doença não o deixou continuar.
Reformou-se, depois, com a reforma mínima e, com a ajuda sempre presente da mulher, ainda fez alguns melhoramentos necessários na casa onde viviam.
Ficou viúvo há um ano. A sua companheira de todas as horas boas e más faleceu, deixando-o desolado e perdido.
Mesmo assim, com 81 anos, e passado o choque inicial, decidiu que a vida continua, como sempre fez nas situações mais difíceis.
Este é, para mim, o melhor português. É nele que vou votar.
Ele é o meu pai.

Maria de Portugal
(Publicado na “Gazeta de Lagoa” no dia 20/10/2006)

A ÁRVORE DANÇARINA

Aqui vai uma árvore de Natal !!!
que não resistiu ás lindas músicas, do ( canto da letras )
Como podem ver, ela está feliz :)))

( publicado por Ana Esperança )

Não resisto!



De manhã
é que se começa
o dia
com alegria!


(Publicou Grupo de Danças)

sábado, dezembro 02, 2006

A Macã


Há mais de 7500 espécies e variedades de maçãs.
A maçã é dos frutos mais cultivados do mundo.
É fruto da Macieira, árvore da família Rosaceae.
A maçã é excelente para prevenir e manter o colesterol em níveis aceitáveis, através da ingestão de uma maçã por dia.
A maçã produz uma acção benéfica sobre o coração.
Melhora a circulação sanguínea, reduzindo o trabalho cardíaco.
A maçã fermentada é utilizada para elaborar bebidas alcoólicas como a sidra asturiana.
Mas... tenção ao feche eclair, se estiver enferrujado, deite a maçã fora!!!

(Maçã roubada do pomar da Ana Esperança)

Publicado por Carolina