quarta-feira, setembro 30, 2009

A luz esbate-se...

O intenso clarão ilumina tudo em meu redor e, em simultâneo rebenta o trovão ameaçador. Nada me demove de perseguir o meu caminho e a minha intenção.
O vento sopra e uiva a sua fúria, eu solto o grito cavernoso de uma dor insuportável que me rói todo o meu corpo e alma.
A chuva cai em bátegas arremessadas por rajadas de um vento forte e gélido, obrigando-me a prosseguir, muitas vezes de rastos o meu caminho, o caminho da certeza e da verdade.
A tempestade impiedosa mostra a sua força destruidora, os meus olhos desvairados de raiva, dor e ciúme, cegam com as electrizadas descargas dos raios que se cruzam num céu atormentado. Mesmo cambaleando, sigo em frente.
O meu corpo cansado está ferido e ,da minha boca saem palavras sem nexo embrulhadas em espuma amarga. Com as mãos geladas tapo os ouvidos, para evitar o eco das tuas palavras. O céu em tormenta é mais sereno do que aquilo que ouvi da tua boca, que sempre julguei sincera. Prometeste-me o paraíso mas deste-me o inferno. Quero saber porque me mentiste.
A tua mentira, despertou em mim um ciúme louco e doentio, o qual já não controlo ou escondo.
Sinto a violência do reino do céu no meu corpo, mas também a minha própria fúria rasante. Quero expandir no teu corpo e alma toda a minha dor, revolta e demência.
Choro, a tua mentira roubou-me tudo, já não tenho corpo, alma ou vida.
Sinto uma luz forte sobre mim, estendo as mãos, na procura de algo indecifrável, somente encontro lama fria. A luz esbate-se até se tornar invisível, como o adormecer sereno da lua ao nascer suave do sol que já não é meu.
Texto da Zília

5 comentários:

Jelicopedres disse...

(Quem pôs duas musiquinhas em simultãneo?
Ai...ai...! Já rectifiquei.)

- Que forma mais apaixonada tens de escrever, rapariga!
Linda!
Gostei dessa tua tempestade!
Continua a trazer-nos estes "pedacinhos" de vida, Zília.
bj. :)

teresinha disse...

Esqueci-me de perguntar.
É tua a fotografia, onde tiraste?
Está belíssima!
Parabéns

Carolina disse...

Resposta da Carolina: tirei-a do google. Mas bem que podia ser da Zília, arte não lhe faltaria. Aliás, certamente que ela teria belas fotos para ilustrar o seu belo texto.
;)

carolina disse...

Zília peço desculpa pelo lapso. Já corrigi. Tens razão tinha postado dois textos.
Ai esta cabeça...
;)

lami disse...

Uma tempestade dupla! O vigor e força das palavras revelam toda a violência da tormenta!
Zília , um vulcão escondido!!