terça-feira, junho 02, 2009

O Passado preservado em Mértola

Ruinas Romanas
À beira-rio
Entrada para o Castelo
Ruinas Romanas
A bordo do "Tempestade" vê-se assim o Castelo
No Campo Arqueológico de Mértola trabalham cerca de 30 investigadores. Esta equipa, considerada das melhores do país na sua área de actividade, para resistir à ameaça do encerramento do campo arqueológico lançou-se na criação de uma escola de formação profissonal, onde os jovens da região adquirem conhecimentos sobre arqueologia e museulogia. O (CAM) já concluiu um mestrado em Desenvolvimento Local em colaboração com a Universidade do Algarve e neste momento está a decorrer um mestrado em civilização islâmica e do Mediterrâneo, em colaboração com outras universidades. A equipa de investigadores mantém parcerias com as Universidades de Granada (Espanha), de Marraquexe (Marrocos) e Manuba (Tunísia). Com as universidades de Coimbra e do Porto criou "o único instituto unificado na investigação científica e história do Mediterrâneo e do islão", refere Cláudio Torres, salientando que em Mértola existe "a melhor biblioteca do país em civilização islâmica e do Mediterrâneo, com cerca de 70 mil volumes. A este acervo bibliográfico junta-se a biblioteca pessoal que o historiador José Matoso ofereceu ao campo arqueológico.
(O arqueólogo Cláudio Torres, é fundador e director do Campo Arqueológico de Mértola (CAM) - In "Público, 31 Maio 2009"

Fotografias/António Gil - registadas durante a visita de alguns membros da Academia Sénior de Artes e Saberes/ Litoral Alentejano (ASAS)

O BRASEIRO

O braseiro foi para nós esta noite bálsamo
Quando debaixo da sombra nos picavam os escorpiões do frio.
.
Cheio de luz cortou para nós cálidas mantas
Debaixo das quais não sabe o frio onde estamos.
.
Alimenta o incêndio numa fornalha que rodeamos
Como se fosse uma grande taça de vinho
De que bebemos todos.
.
Umas vezes consente que nos aproximemos
E outras nos afasta
Como mãe que umas vezes amamenta
E outra nos retira o peito.
.
Ibne Sara, poeta de Santarém, séc. XII
(in Portugal na Espanha árabe de António Borges Coelho)

5 comentários:

Carolina disse...

É um exemplo a modo como se têm protegido os vestígios do passado, nesta terra de Mértola!
Pena não se seguir o modelo e se deixe vandalizar com modernices certos lugares (olha aqui o "mamarracho" que não me sai do pensamento...)

Carolina disse...

Ah! Esqueci de dizer: Palmas para o Cláudio Torres!
;-)

Anónimo disse...

Linda postagem fotos muito bonitas, a Carolina tem razão.

lami disse...

Sem dúvida uma cidade que surpreende pela riqueza arqueológica e pela maneira como está conservada e disponível para os visitantes.
Estes exemplos deveriam ser incentivo para outros fazerem o mesmo :)

Jelicopedres disse...

Perfeito, Gil.
Ficou muito bonito, com a poesia e a música a condizer, também na perfeição.


Quero acrescentar que, Cláudio Torres recebeu o Prémio Pessoa, em 1991 pelo trabalho que até então tinha desenvolvido na vila Alentejana de Mértola.
Parabéns.