segunda-feira, agosto 13, 2007

A Camões



"A Camões, comparando com os dele
os seus próprios infortúnios"


Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu quando os cotejo!
Igual causa nos fez perdendo o Tejo
Arrostar co sacrílego gigante:

Como tu, junto ao Ganges sussurrante
Da penúria cruel no horror me vejo;
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante:

Lubíbrio, como tu, da sorte dura,
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura:

Modelo meu tu és... Mas, ó tristeza!...
Se te imito nos transes da ventura,
Não te imito nos dons da natureza.

Bocage
(postado pela Helena Tereno)

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá!
Minha FlÔ!
Fazendo as suas postagens?
Mt. bem!
Esperamos mais!

lami disse...

Bocage, mestre nos sonetos! Gigante entre gigantes da nossa Poesia! Sempre bom recordarmos...