sábado, agosto 04, 2007

Poesia II- 1930-1932


Guardo ainda, como um pasmo
Em que a infância sobrevive
Metade do entusiasmo
Que tenho porque já tive.
...
Quase às vezes me envergonho
De crer tanto em que não creio
É uma espécie de sonho
Com a realidade ao meio.
...
Girassol do falso agrado
Em torno do centro mudo
Fala, amarelo, pasmado
Do negro centro que é tudo.
...
Fernando Pessoa
postagem de Maria Dulce Duarte

2 comentários:

António Gil disse...

Pois... Fernando Pessoa, sempre.

lami disse...

Não conhecia este girassol de Pessoa.