quarta-feira, outubro 22, 2008

Le Continent Gris - Dr. Humberto Valentim





Foi hoje, no CANTO DAS LETRAS, na Biblioteca Municipal. O tema foi "O CONTINENTE CINZENTO", um estudo sobre o envelhecimento biológico, os avanços da ciência, as políticas para os idosos e muitas outras coisas. E após alguma "provocação", houve um intercâmbio de idéias, participado e bem interessante.

2 comentários:

lami disse...

Obedecem-me agora muito menos,
as palavras. A propósito
de nada resmungam, não fazem
caso do que lhes digo,
não respeitam a minha idade.
Provavelmente fartaram-se da rédea,
não me perdoam
a mão rigorosa, a indiferença
pelo fogo-de-artifício.
Eu gosto delas, nunca tive outra
paixão, e elas durante muitos anos
também gostaram de mim: dançavam
à minha roda quando as encontrava.
Com elas fazia o lume,
sustentava os meus dias, mas agora
estão ariscas, escapam-se por
as mãos, arreganham os dentes
se tento retê-las. Ou será que
já só procuro as mais encabritadas
(Eugénio de Andrade sobre o declínio próprio da idade)

António Gil disse...

Lindo esse texto, que retrata o "esquecimento" que se vai instalando com o avançar da idade. É o querer-se lembrar de um nome, de uma palavra para definir algo, de um acontecimento, e não o achar no nosso "disco rígido" mental, não se formarem as palavras necessárias, como acontecia até aí.
São as tais palavras "ariscas", que se nos "escapam" por entre as mãos.
Não sei se estarei certo, mas é esta a minha interpretação do texto do Eugénio de Andrade que a Laura nos trouxe. Obrigado, Amiga.